terça-feira, 12 de julho de 2016

Kiseijuu/Parasyte - O quê é ser humano?

Olá leitores!

O post de hoje é de cunho um tanto mais filosófico.
A reflexão que irei expor durante o texto não necessita da leitura da série.
Isto aqui é um experimento, me digam se gostaram deste approach.

Vamos ao post:

Kiseijuu é um mangá publicado de 1988 à 1995 (10 volumes) de autoria de Hitoshi Iwaaki. No final de 2014 teve uma adaptação para animê em 24 episódios.

Quando o animê foi anunciado fiquei com um pouco de receio, pois achei o traço muito "bonitinho" perto do original.

Eu li o mangá uns 5 anos atrás (Estou surpreso que faz tanto tempo!), então ver o animê foi uma experiência nova, pois não lembrava tão bem da história.

Recentemente, a obra foi publicada no Brasil pela editora JBC.

As capas são incríveis. Valeu o dinheiro investido com certeza.


A história começa com "esporos espaciais", que ao chegarem na Terra começam a invadir o corpo das pessoas e se alimentar do cérebro delas.
Esses esporos/parasitas tomam o corpo da pessoa e se alimentam de outros seres humanos.

O personagem principal, Shinichi Izumi, tem seu corpo invadido por um deles. Antes de ter seu cérebro devorado, Shinichi o prende em seu braço direito. O parasita acaba se fundindo ao corpo dele. Nisto, o parasita ganha o nome de Migi (direita).

Este é o Migi

Agora os dois devem conviver no mesmo corpo - um humano normal e um parasita altamente inteligente desprovido de sentimentos.

O questionamento que é boa parte da temática da série é: O quê é ser humano? 

Que características que nos definem como humanos? Do que precisamos nos destituir para deixarmos de ser humanos?

Eu tenho uma teoria de que para entendermos algo completamente, devemos entender o que não é aquilo/ o que é o contrário - a antítese.
Exemplo disto seria que para entendermos o que é fazer o bem, devemos saber o que é fazer o mal. Para entendermos a felicidade, devemos entender a tristeza.
Poderia citar vários exemplos aqui, mas acho que já provei meu ponto.

Logo, o que não é ser humano?

Alguém como o Migi de Parasyte, ou até mesmo o androide David do filme Prometheus entendem melhor do que os humanos o que não é ser humano.
Então será que eles conseguiriam ser humanos, já que eles sabem tão bem como não ser um?
A resposta é muito provavelmente não, mas isto não os impedem de desenvolverem uma humanidade maior que a nossa.

Izumi fica mais frio conforme se adequa ao parasita.
E Migi começa a desenvolver sentimentos, sendo capaz até mesmo de se sacrificar para proteger seu hospedeiro.

Shinichi Izumi

Para o parasita desenvolver um sentimento tão forte como o de proteger alguém sem pensar nas consequências, isto sim que é uma ação que requer uma humanidade maior do que a dos humanos.
Já que para um humano, isto seria muito mais "fácil" de se fazer do que para um ser sem sentimentos.

O que ocasiona esta mudança de espírito no Migi é a sua enorme vontade de aprender. Cada novo conhecimento adquirido é comparado com os seus conhecimentos prévios. Ele vai aprendendo cada vez mais o que é ser humano.
A linha entre as emoções e a racionalidade fica cada vez mais turva e quase não existe mais distinção entre ser racional ou passional.

Por isto é sempre importante procurar se informar e estudar sobre as coisas, pois a cada novo conhecimento refletimos e  chegamos mais perto da verdade.
Através da reflexão nos conhecemos melhor e nos tornamos humanos melhores.

A nossa inteligência/alma é como uma lâmina que precisa ser afiada todos os dias com novas ideias e descobertas.

Espero que tenham gostado!
E me digam o que acharam deste tipo de post!

Até a próxima!
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Até o próximo post!

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terça-feira, 31 de maio de 2016

DEMONS'S SOULS

Olá leitores,

No texto de hoje falaremos do "pai moderno" dos jogos Souls - Demon's Souls.
Eu digo moderno, pois a franquia já começou na época do PS1 com King's Field.

Sim, meus caros leitores: DEMON'S SOULS



Eu quando comprei meu PS3 em 2013 tentei comprar a maior quantidade de exclusivos junto dele.
Com a recomendação de um irmão de um amigo acabei escolhendo Demon's Souls. Ele dizia que o era incrível, com cenários incríveis e que era MUITO difícil. De tornar o jogo algumas horas maior por causa disso.
Joguei um pouco naquele ano, e acabei parando. Não porque não gostei, mas sim porque estava muito sem tempo e acabei jogando outros jogos. Só depois de ficar fã da série Soulsborne que resolvi voltar a jogar.

Depois de ter zerado Dark Souls, Dark Souls II - Scholar of The First Sin e Bloodborne, fui jogar Demon's Souls com a cabeça de que era um Dark Souls um tanto pior.

Será que é isso mesmo?

Bem, vamos ao post!

Demon's Souls é um exclusivo de Playstation 3 lançado em 2009. Foi produzido pela japonesa From Software. É o primeiro jogo Souls e é dirigido pelo gênio Hidetaka Miyazaki. Ele é considerado o sucessor espiritual de King's Field.

Quando o jogo saiu, foi muito bem recebido pela crítica -  recebendo várias notas 90/100 para mais na maioria dos sites e revistas japoneses e norte americanos.

Os jogadores estranharam muito o jogo na época do seu lançamento devido a dificuldade que era diferente da maioria dos jogos da época. Os que perseveraram e venceram Demon's Souls começaram a espalhar: "Ei galera, o jogo é legal MESMO!". Alguns meses depois do lançamento as vendas dispararam. Agora em 2016, as vendas já ultrapassaram 2 milhões de cópias.

Bem vindo a Demon's Souls! Eu sou o seu Tutorial!
A maioria dos críticos e jogadores considerou o jogo muito inovador devido ao estilo diferente de dificuldade e ao multiplayer assimétrico.

Como disse antes, fui jogar esse jogo sem esperar muita coisa. O pensamento "Não pode ser melhor que Dark Souls" passou várias vezes na minha cabeça.

E que SURPRESA que eu tive com esse jogo!

A gameplay dele não se difere muito de Dark Souls. Os únicos pontos negativos que consigo pensar é que você tem limite para quantos itens você pode carregar na seu inventário (algo que não existe nos próximos jogos) e que não existe um Plunging Attack (como nos próximos jogos). Mesmo assim, não são coisas que façam o jogo ser pior.


A trilha sonora é muito bacana e se funde com o cenário e o tema do jogo, e principalmente, com os chefões.


Os mapas são separados como num jogo mais retrô como 1-1, 2-2 ou 4-3. Os mapas não são ligados entre si, e existe uma explicação dentro do lore para isto. O ponto de acesso são as Achstones no Hub do jogo - o Nexus.

A separação entre os mapas faz com que cada um tenha um aspecto único, trazendo novos ares ao jogo. Todos eles estão de acordo com o tema do jogo, tendo mapas com um subtema específico.
O Boletaria Palace mostra um reino decaído devido à ganância de seu soberano.
Valley of Defilement mostra um local abandonado pelo homem, em que vive tudo aquilo que deve ser esquecido. Em todo o estante em que você está lá, um breu avassalador o cerca.

Archstones do Nexus

Sem contar que ele é todo ligado de uma forma inteligente, o level design é brilhante - cada fase tem vários detalhes que tornam quase impossível perceber ou até mesmo explorar tudo na primeira playthrough.

O lore do jogo é muito rico, e tem um jeito bem tradicional de conto medieval com profecias e coisas do tipo. Existem muitos personagens legais. Dentre eles, o único NPC na franquia que é tão legal quanto Solaire of Astora, Ostrava of Boletaria.

O príncipe de Boletaria, Ostrava

A dificuldade do jogo junta todos os aspectos citados anteriormente de uma forma única, que poucos jogos conseguem. São poucos exemplos de jogo que tem todos os seus aspectos tão bem unidos assim.

E finalmente os chefões! Caramba, dá pra ver quanto esforço foi colocado nesse jogo só de olhar os chefões. Todas as lutas são extremamente criativas e divertidas - até mesmo as mais fáceis. O senso de conquista a cada vitória torna Demon's Souls uma experiencia única.

Ao derrotar os demônios, a luz! 

Viu como é temático?

Minha lista de alguns bosses favoritos:


Dragon God - Um boss gigantesco que pode dar hit kill, e a única forma de derrotá-lo é resolver um "puzzle".


Fool's Idol - O boss em si é meio bobo, mas se você não é uma pessoa que explora bastante o mapa, não ia achar um certo NPC. Este NPC revive o boss toda vez que você derrota ele. Eu por sorte, o encontrei logo na primeira vez que joguei, antes de tentar enfrentar o boss.


Maneater - Na minha opinião e na de muitos outros jogadores, o boss mais difícil do jogo. Foi o único que eu tentei mais de 5 vezes. No fim consegui, e sozinho. A maioria dos golpes dele te jogam longe, algo que é morte certa na arena.


Maiden Astrea - Um chefão cheio de maneiras abordar, e junto de Great Grey Wolf Sif de Dark Souls um dos bosses da franquia Souls que dá muita pena de matar.


Old Monk - Esse boss chama um outro jogador para te invadir e lutar no lugar dele, é um PVP em que você realmente aposta tudo.


Storm King - Um boss voador imenso que tem como principal forma de derrota-lo o uso de uma espada chamada Stormruler. Durante a boss fight  os ataques dela soltam enormes cortes de ar (o que não acontece no resto do jogo). Como obtê-la? É só atravessar a arena em que está esse boss durante a luta com ele!


Depois de zerar cheguei a conclusão de que Demon's Souls é tão bom quanto Dark Souls.
Para época um jogo inovador demais e em alguns aspectos até supera o seu sucessor.

Nota: 10/10

Espero que tenham gostado!

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Até o próximo post!

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sexta-feira, 4 de março de 2016

BLOODBORNE

Olá leitores!

Mais um ano que se inicia. Este é o terceiro ano do blog. Obrigado a todos pelo apoio e mensagens positivas durante esta jornada. Desejo um 2016 cheio de conquistas e alegrias a todos!

Vamos ao post!

Finalmente irei falar do melhor jogo que joguei em 2015. Para mim o melhor do ano. E um jogo que vai me marcar pra vida.
Sim, meus nobres amigos: Bloodborne!


Bloodborne é um jogo de RPG/Ação da From Software. Foi lançado em 24 de Março de 2015 e concorreu ao melhor jogo do ano junto de grandes nomes como Witcher 3: The Wild Hunt, Fallout 4 e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Sendo que destes ele é o único que é um exclusivo (PS4).

Confesso que quando saiu os trailers não me empolguei tanto, mas me pareceu interessante bosses que eram realmente difíceis. Eu descobri que era do mesmo produtor de Dark Souls,e na época não o tinha jogado muito. Resolvi testar a franquia mesmo comprando Bloodborne, e que decisão sábia que eu fiz.

E é cada chefão, viu?
São poucos os jogos que conseguem te marcar tanto. O level-design é fantástico, os atalhos que você pega de uma Lâmpada (warp point do jogo) a outra são muito bem construídos, e o mundo é muito conciso. O nível de detalhe nos cenários é tão grande que é muito difícil de você ver/perceber tudo de primeira. No horizonte você pode ver muitas vezes o próximo mapa ou até alguma dica sobre o universo do jogo (vide navios em Nightmare's Frontier). A cidade de Yharnam realmente fez sentido como cidade e poderia muito bem se passar por uma das principais cidades da Europa.

Os mapas são góticos e sombrios, mas as cores são vivas.
A dificuldade é um fator muito bem trabalhado no jogo, pois o jogo é difícil, mas é justo. Ele é um jogo de ação com elementos de RPG. Você subir de nível não significa vitória, é necessária habilidade e concentração. É muito importante você decorar o move set de cada inimigo para montar estratégias e sobreviver.

Neste jogo é necessário ser rápido.

Eu digo isso, pois existem vários fatores a se levar em consideração para cada inimigo que você enfrenta. Como exemplo: quantos inimigos estão próximos, qual o move set de cada um deles, quais usam ataques de longa distância, analisar o terreno para rota de fuga, analisar quais os stage hazards, ou se não tem nenhum inimigo escondido esperando você abaixar a guarda. Poderia citar vários outros, e isso que torna a execução deste jogo genial. Você é um caçador/hunter, e você realmente tem que pensar como um para sobreviver neste universo.

Junte-se a caça com seus amigos! Engage in Jolly Cooperation!

Os menus do jogo são bem simplificados, o que podem te deixar meio perdido no começo.
Conforme o jogo passa, eles vão fazendo sentido. O jogo em nenhum momento para e te dá a mão para te ensinar cada mecânica. Se você quer saber, você tem que ir atrás.
E isso não é ruim, é até melhor na minha opinião. Como eu disse na minha postagem sobre Dark Souls: você fica acostumado com isso e quando joga outro jogo perde a paciência, já que é pop-up atrás de pop-up que te explica cada detalhe de como jogar. (Essa diferença pode até ser um assunto para um novo post.)


E não podia deixar de falar dos bosses!
Gostei muito dos chefões desse jogo, todos eles foram um desafio que te forçam a melhorar suas habilidades no jogo. Cada um foi confeccionado para fazer sentido dentro da história do jogo, tornando a experiência rica. A trilha sonora para cada um é muito atmosférica. Como eles reagem a como você luta com eles, a mudança de fases conforme desenrola o combate - essas são coisas que os tornam vivos e com uma I.A. inteligente. Os chefões de Bloodborne são realmente a cereja no topo do bolo.

Os bosses e os inimigos dão urros bestiais que tornam a experiência bem macabra.

Yharnam e a região envolta em que se passa o jogo, tem uma temática de Londres Vitoriana, somada a um tom sombrio de Leste Europeu (como a Romênia que foi usada de exemplo na criação do jogo). Além disto tudo o jogo tem grandes influências de H. P. Lovecraft, pois assuntos como raças superiores alienígenas, horror cósmico e insanidade são decorrentes na história. Então além de enfrentar bestas sedentas por sangue, você lutará com seres cósmicos que sua aparência pode deixar qualquer homem insano.

Rom, the Vacuous Spider para mim é uma referência clara a Azathoth, uma das principais entidades do Cthulhu Mythos.

A história do jogo é bem complexa e é escondida, assim como em Dark Souls. O que importa não é o final, mas sim a jornada que você percorreu. Os acontecimentos ficam abertos para interpretação e existem dicas nas descrições dos itens do jogo. Falando em finais, o jogo possui 3: o final falso, o final, e o final verdadeiro. Não vou explicar eles aqui, mas vou dizer que o final verdadeiro pode ter decepcionado alguns fãs, por que Bloodborne tem um tipo de final diferente da maioria dos jogos. É algo muito mais filosófico, é muito mais o significado, a quebra do ciclo do que o acontecimento.

A DLC vale o preço e torna o jogo mais rico ainda.
Bloodborne não foi o jogo do ano por dois motivos:

1- A história dele é algo complexo e que lida com temas que poucas pessoas vão realmente entender. Ele é diferente dos outros jogos que te dão cinematics de torto a direita explicando cada desenvolvimento. O Back Story é mais importante do que está acontecendo.
Bloodborne é uma jornada espiritual que só alguns estão dispostos a fazer.

2- A dificuldade assusta as pessoas. Sim, o jogo é difícil. É isso que torna o jogo interessante, a dificuldade te prende nele. Você se desafia a derrotar aquele chefão que parece impossível. Não existe jogar Bloodborne casualmente. É uma experiencia que exige toda concentração possível.

Em suma, o público alvo deste jogo é menor do que o Witcher III por exemplo. Só quem joga este jogo, não consegue parar por um bom tempo. Tanto que este foi o primeiro jogo que eu platinei no PS4 (e eu nem ligo pra isso geralmente). Todos os fãs são extremamente interessados no jogo, criando uma comunidade ativa que continuará a falar dele anos depois do lançamento (como acontece com Demon's Souls e Dark Souls). Afinal, existem canais do YouTube dedicados a esta franquia e centenas de fãs que fazem animações e fanarts. Não conheço nenhum jogo que mantenha esta influência tão grande com quem ele conquistou.

CONCLUSÃO: Bloodborne é um dos jogos mais importantes lançados na história dos videogames. Ele pega a fórmula da obra prima que é Dark Souls e aperfeiçoa em vários outros aspectos. Mesmo simplificando uma coisa ou outra, a essência não se perde. Parabéns Hidetaka Miyazaki!

Nota: 10/10

"The night brims with defiled scum, and is permeated by their rotten stench.
Just think, now you're all set to hunt and kill to your heart's content!"

Espero que tenham gostado!


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Um post de um leitor que experimentou Bloodborne
Até o próximo post!

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